Hoje fazemos a apresentação mundial de alguém que escreve sobre o seu tempo, e nos conta, de uma forma rimada e muito sentida, as memórias sobre uma época, que muitos se vão identificar e sentir como sua esta experiência, narrada pela nossa conterrânea, Marcelina:
"A vida na Escola"
I
Escola da minha vida,
Mereces honra e louvor.
Tantos meninos ensinaste,
Pelo meio algum doutor.
II
Já tens as portas fechadas,
Já não voltas a ensinar,
Se tuas paredes falassem,
Muito tinha que contar.
III
Contavam muitas histórias,
Dos meninos a brincar,
Das réguadas que apanhávamos,
Que ficavamos a chorar.
IV
A senhora Professora,
Não sabia o que fazer,
Deixava-os lá fechados,
Para poderem aprender.
V
Quem não fizesse os deveres,
Não podia ir almoçar
Ficavam lá de castigo,
Para poderem estudar.
VI
Eu nunca fiquei de castigo,
Pois não era das piores,
Só não continuei a estudar,
Porque não tinha condições.
VII
Era tempo de miséria,
Que a ditadura resumiu,
Só depois da Revolução dos Cravos,
É que o pais floriu.
VIII
Tínhamos na minha escola,
Um fogão de lenha a arder,
Quem não a levasse de casa,
Não se podia aquecer.
IX
A sala estava fria,
Não havia aquecimento,
Estava cheia de crianças,
Era o melhor desse tempo.
XChegávamos a estar sentados,
Três na mesma carteira,
Com os pequenos à frente,
E os grandes na cabeceira.
...
... Continua...
Fizemos hoje a Estreia Mundial, da nossa escrevente e conterrânea Marcelina, ficamos na quadra X, depois continuamos até à quadra XX
Uma saudação especial à autora por nos ter feito chegar este escrito. Para nós é um prazer divulgá-lo.
At Ento