27 junho 2008

Fogueiras S. João em Parambos

Os festejos de S João, são manifestações enraizadas no mais profundo do ser humano. Por esta altura a nível mundial, no Hemisfério Norte, acontece o Solstício de Verão, que os povos sempre associaram a tempos de mudança, daí o "queimar" o antigo para dar espaço às novas colheitas, quer de cereal e sementes, dos fenos, da lenha etc. Hoje evocamos o nome de S João, mas as manifestações continuam com cunho popular, a que o santo não era dado, pois era um asceta sóbrio que vivia no deserto, comia gafanhotos e se cobria de peles.


Cá na nossa aldeia as fogueiras têm o sentido do "defumar as casas". Os defumadouro são de bom augúrio, pois espantam os maus espíritos, deixando assim espaço para os bons. "Quando antigamente as crianças andavam definhadas dizia-se: Tens de defumar a cachopo"



Mas também é um momento de mostrar quem faz a maior fogueira e para isso as pessoas, de todas as idades, correm a aldeia a para ver qual é a maior.




As medidas tiram-se pelo salto que tem de se dar para lhe passar por cima, ficando assim com a ideia de grandeza e vai-se defumando o corpo.




Estas arruadas são para todos, novos e velhos, e é uma animação pois é um momento de partilha e comunhão de uma tradição que aquece.



A aldeia, ao escurecer do dia 23 de Junho adquire um aspecto irreal, pois o fumo enche as ruas, entra nas casas e sobe ao ar dando a sensação de que a aldeia flutua


Estas fogueiras do S João são mesmo especiais pois nem tudo se queima, só plantas verdes como o Trovisco, a Belaluz, Canas Babosas, entre outras que dão um aroma especial ao fumo.
São momentos muito bem conseguídos os que aqui deixamos. Para quem não os viveu sentir saudades e avivar recordações.


At Ento

26 junho 2008

S. Pedro. O programa da festa

S. Pedro

29 de Junho


Missa em honra de S. Pedro na Capela às 18:00 horas e logo em seguida sardinhada e caldo verde no largo em frente à casa do Sr. João Batista.

Todos os interessados devem aparecer no local.


A comissão de festas oferece as sardinhas e o pão.

As bebidas são da responsabilidade de cada um.

Nota: Quem quiser comer caldo verde terá que levar a tigela e a colher e cada um terá que assar as suas sardinhas.


25 junho 2008

S. Pedro, capela

Aproxima-se o dia de S. Pedro e há cheiro a festa na forja, pois já se preparam as brasa, as sardinhas e se corta o caldo verde...




Deixamos hoje aqui este belo momento da casa do patrono do lugar, a capela de S. Pedro, num fim de tarde. Por esta altura o sol ao fim do dia entra pela capela dentro, se tiver a porta aberta, como bom augúrio para quem passe neste lugar, pois era por aqui que passava o caminho principal, antes de haver a estrada.
Bom Dia de S. Pedro.

At Ento

23 junho 2008

Saudemos o Verão



Hoje vamos despertar os sentidos para as cores que invadem este fim de Primavera às portas do Verão. São tons que existem em todo o lado, mas estes são tocados pelo sol que passa em Parambos , logo os verdes são muito mais belos e assim todas as outras cores brilham por simpatia.


Os Trocles, ou as dedaleiras embandeiram os caminhos e as paredes, onde não chegou o herbicida, e dão-se assim belas como arcos que aguardam a passagem de gente importante.


E as Ginjas? tão singelas e tão rubras que despertam os sonhos dos lábios vermelhos.



melhor do que uma ginja só mesmo um ramo delas.



Melhor ,melhor é mesmo uma cesta delas e a promessa de uma ginjinha em compota que é manjar de deuses



E depois há a promessa da amora das silvas, é verdade, as silvas que tantas dores de cabeça dá ao lavrados, tem estas flores muito belas e daqui saíra amora...


Mas no Verão podem ver-se estas construções, com vida dentro, onde espreita serenamente o passarito que aguarda pacientemente que a "mama" pássara traga a lagarta.
Com estes postais que realçam a natureza que por aqui passa, desejamos a todos um Verão radiante.

At Ento

16 junho 2008

a Nossa Aldeia, a rua e as casas (3)

Voltamos hoje ao tema das Ruas, Canelhos e as Casas de Parambos



Descemos a emblemática e de boas memórias, Rua dos Quinteiros. Rua muito animada, para o trabalho a para o bailarico, ou não fosse nesta rua que morava o Cesaltino, e a sua grafonola que tocava todo o dia e se calhasse toda a noite e, que animava toda a rua e mais além. Falamos de muito tempo atrás, claro!




Uma visão de quem vem descendo do Chôpo e, pára no meio da descida para olhar para cima e para baixo


Embora com poucos habitantes, hoje, esta Rua conserva o seu carisma no traçado "rústico" mas tratado com muito bom gosto e adaptado aos novos tempos.







Ao chegar ao fundo da rua olhando para cima vê-se em toda a extensão, neste dia soalheiro, o recorte das casa que o sol desenha no asfalto, sinais dos tempos modernos?! dizem-nos, outrora esta rua era de paralelo, calçada à portuguesa.

Para recordar mais um pouco dos locais que todos nós conhecemos.

At Ento



10 junho 2008

Escritos das Gentes de Parambos

Hoje vamos apresentar a visão de alguém que pertence à nova geração que se está a formar para a vida. É importante ver como a juventude de hoje sente Parambos.


Divulgamos hoje a escrita de quem se assina "morenita" e que aqui se estreia, o que só enriquece ainda mais este espaço que é nosso


"Parambos!!!

Parambos...apenas oito letrinhas para o nome escrever e necessárias infinitas palavras para o descrever.

Uma aldeia, uma história, uma alma escondida a cada recanto que nos apareça à vista.

Lugar onde reina o verde, a alegria, a harmonia, a liberdade e a paz. Sentimentos tantas vezes transmitidos por um simples sorriso de uma criança.

Parambos, terra de lendas e cheia de tradições, onde o mais pequeno chilrear de um passarinho se torna numa coisa grandiosa para quem sabe dar valor à natureza.

Inverno é sinónimo de silêncio onde somente damos conta do ruído da chuva ou das folhas que cobertas de geada, estalam a cada passo que por cima delas se dá.

Na Primavera o amor é muito e transparece uma paz de espírito sem igual.

É com o calor do Verão que chegam os imigrantes saudosos da família e do lugar que melhores recordações se lhes guardam na memória.

No Outono o brilho da natureza esconde-se e depois das férias volta-se ao trabalho com grande motivação. É também altura das vindimas tão divertidas que são durante a sua elaboração.

O tempo passa e o orgulho que se tem por pertencermos a esta terra aumenta.

Parambos é a minha casa, o refúgio das minhas tristezas, origem da minha alegria, a minha vida e a minha maior paixão.

Por mais que digamos, por mais que façamos ou por mais que pensemos nada é mais importante do que sentir dentro de cada um que tudo nesta terra faz parte de nós, que influencia a pessoa que somos e que principalmente, nos mostra a utopia de como o mundo seria perfeito se todos os lugares do planeta fossem como este."

Morenita
Para nós foi muito importante este momento, esperamos que todos sintam que os mais novos também têm uma palavra, ou muitas para a sua terra o que mostra que a nossa aldeia continuará a crescer. Estaremos sempre à espera que outros nos mostrem como sentem Parambos. Fica o desafio.
At Ento

08 junho 2008

Saudação à Selecção de Futebol de Portugal

Saudamos a Selecção das Quinas, A NOSSA SELECÇÃO, que está na Suíça para defender o bom futebol, que a escola portuguesa patrocina e, tendo em conta os estágios que muitos vão fazendo nas melhores equipas da Europa.



Um primeiro jogo foi um bom início onde se viu a juventude de um grupo, que pensou no conjunto e foram bons, brilharam e deram a alegria da vitória, o que fez Portugal gritar golo e festejar um pouco por todo o lado.

O Momento em que se festeja o primeiro golo, foi aquela mola que fez saltar os Portugueses. Esperamos que a jornada continue positiva e no final possamos ver este grupo a fazer história. Nós estaremos por aqui a assistir.
At Ento

05 junho 2008

MEMORIAL DA NOSSA GENTE ( 8)

Hoje voltamos ao Memorial da nossa gente com mais quatro memórias que alimentam a história da nossa aldeia e dão passado ao nosso presente.




Quatro momentos que esperamos sejam motivo para avivar memórias dos mais velhos e que sirva para contar os mais novos da história destas pessoa dentro da aldeia que é o nosso presente.

Como sempre, da nossa parte, fazemos deste momento uma homenagem à memória de cada um para que fique registado e se mantenham vivas estas imagens que pertencem à história comum e da nossa aldeia.
At Ento

02 junho 2008

Escritos das Gentes de Parambos, Marcelina.

Vamos continuar a apresentar os verso de Marcelina, como iniciamos em Maio vamos ilustrar este momento com as papoilas que inundam os campos verdes de Parambos e de Portugal


XI
Os meninos da quarta classe,

Já tinham que colaborar,

Ensinar os mais pequenos,

Para a professora ajudar.


XII
Chegamos a ser sessenta,

Só com uma professora,

Ainda aprendíamos mais,

Do que aprendem agora.


XIII
Depois vieram as regentes,

Para poder ajudar,

E a senhora professora ,

Dividiu o seu lugar.


XIV
Já não era preciso,

Os meninos Contribuir,

Veio a senhora regente,

Para os substituir.

XV
Na limpeza da escola,

Tínhamos que a esfregar,

Não havia mulher-a-dias,

Nem dinheiro para pagar.


XVI
Os rapazes iam à água

Nós a esfregar o chão,

Os pequenos a brincar,

Era uma animação


XVII
Iam à água ao Fundo do Povo,

Iam todos a correr,

Para ver quem chegava primeiro,

Depois da viagem fazer.


XVIII
Eramos todos felizes,

Eramos todos iguais,

Agora que têm tudo,

Ainda querem muito mais.

XIX
Para podermos ir ao quadro,

E recebermos algum caderno,

Tínhamos que o pagar,

Tudo durante o ano.

XX

Era um escudo por mês,

Era uma grande maquía,

Quantos não tinham em casa,

Para comer durante o dia.


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Escritos em Parambos por: Marcelina Santos


Para a autora este belo vermelho papoila para que a inspiração continue e os versos apareçam com a naturalidade que este revelam.
Para nós foi um prazer divulgar para o mundo estas memórias de um tempo muito próprio e que muitos ainda recordam.

At Ento